Alberto
de Serpa (Porto, Portugal,
1906 – 1992).
Poeta e prosador.
Foi colaborador da revista “Presença “e escreveu em várias revistas e jornais brasileiros.
Foi colaborador da revista “Presença “e escreveu em várias revistas e jornais brasileiros.
Espectáculo
Passa a tropa na rua e abrem-se
as janelas de repente,
Debruçam-se bustos sobre a rua sem importância.
O sol põe resplendores no ouro falso das bandeiras
E rebrilha nas baionetas erguidas para o céu.
Alarga-se no ar um hino de guerra e de heroísmo,
E a marcha certa dos soldados hirtos e compenetrados
de que são outros homens
Faz, a seu compasso resoluto, bater
O coração dos habitantes da rua sossegada ...
Os meninos vêem finalmente marchar os seus soldados de chumbo
As moças sonham desfalecer nos braços dos heróis
E agitam os seus lenços ao vento da manhã...
Só dentro de uma janela que há-de abrir-se na noite,
Uma mulher triste olha para longe sem ver
E leva o lenço aos olhos encharcados ...
Debruçam-se bustos sobre a rua sem importância.
O sol põe resplendores no ouro falso das bandeiras
E rebrilha nas baionetas erguidas para o céu.
Alarga-se no ar um hino de guerra e de heroísmo,
E a marcha certa dos soldados hirtos e compenetrados
de que são outros homens
Faz, a seu compasso resoluto, bater
O coração dos habitantes da rua sossegada ...
Os meninos vêem finalmente marchar os seus soldados de chumbo
As moças sonham desfalecer nos braços dos heróis
E agitam os seus lenços ao vento da manhã...
Só dentro de uma janela que há-de abrir-se na noite,
Uma mulher triste olha para longe sem ver
E leva o lenço aos olhos encharcados ...
Alberto de Serpa
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