Fernando Guimarães (Porto, Portugal, 1928).
Poeta,
ensaísta, tradutor, investigador e um dos mais especializados críticos de
poesia portuguesa contemporânea.
É autor de
uma bibliografia ensaística orientada sobretudo para as artes plásticas e para
a cultura literária.
Trabalhou
durante vários anos como investigador no “Centro de Literatura da Universidade
do Porto”.
O estudo das
revistas literárias portuguesas publicadas desde o Simbolismo foi um dos
trabalhos que ali realizou.
Palavras
de Fernando Guimarães:
“Os fracassos se tornam ensaios quando nossa vida vira
um teatro!”
Isto é
um poço. Há sempre quem nele se debruce. A água
continua
a correr sem qualquer destino, e sabemos como se afasta devagar para ser igual às vestes
caídas, talvez abandonadas. Assim tu podes ver
o que se confunde ali com a luz e, depois, se torna
mais nosso. Sem pressa aproximas-te agora desse espelho
vazio e sentirás que só a brisa desce até ficarmos
perto de alguns sulcos. Eles tornaram-se maiores, humedecidos.
Inclinas-te um pouco mais como se finalmente escutasses
uma confidência. Sabemos que é em vão porque ninguém se encontra ao teu lado e já não é suficiente o sussurro da água.
Fernando
Guimarães, in “Limites para uma Árvore”
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