Tomás
Ribeiro (Parada de Gonta, Tondela, Portugal, 1831 – Lisboa, Portugal, 1901).
Escritor,
dramaturgo, historiador, poeta, político e jornalista.
Foi uma figura destacada da vida portuguesa do século XIX.
Foi uma figura destacada da vida portuguesa do século XIX.
A sua
obra insere-se no romantismo português da Regeneração.
Foi
amigo de Camilo Castelo Branco, de quem prefaciou várias publicações. Dedicou-lhe
a obra Dissonâncias, editada em 1890.
O seu
testamento dispunha o seguinte desejo: «Que
quatro pobres me levem ao cemitério da circunscrição onde me finar, envolto
numa simples mortalha, sem anúncios, sem convites, sem a menor pompa funeral.»
Bênçãos
Bem hajas, oh luz do sol,
Dos órfãos agasalho e manto,
Imenso, eterno farol
Deste mar largo de pranto!
Bem hajas, água da fonte,
Que não desprezas ninguém!
Bem haja a urze do monte,
Que é lenha de quem não tem!
Bem hajam rios e relvas,
Paraíso dos pastores!
Bem hajam aves das selvas,
Música dos lavradores
Bem haja o reino dos céus,
Que aos pobres dá graça e luz!
Bem haja o templo de Deus,
Que tem sacramento e cruz!
Bem haja o cheiro da flor,
Que alegra o lidar campestre;
E o regalo do pastor,
A negra amora silvestre!
Bem haja o repouso à sesta
Do lavrador e da enxada;
E a madressilva modesta,
Que espreita à beira da estrada!
Triste de quem der um ai
Sem achar eco em ninguém!
Felizes os que têm pai,
Mimosos os que têm mãe!
Tomás Ribeiro, in “D. Jaime”
Dos órfãos agasalho e manto,
Imenso, eterno farol
Deste mar largo de pranto!
Bem hajas, água da fonte,
Que não desprezas ninguém!
Bem haja a urze do monte,
Que é lenha de quem não tem!
Bem hajam rios e relvas,
Paraíso dos pastores!
Bem hajam aves das selvas,
Música dos lavradores
Bem haja o reino dos céus,
Que aos pobres dá graça e luz!
Bem haja o templo de Deus,
Que tem sacramento e cruz!
Bem haja o cheiro da flor,
Que alegra o lidar campestre;
E o regalo do pastor,
A negra amora silvestre!
Bem haja o repouso à sesta
Do lavrador e da enxada;
E a madressilva modesta,
Que espreita à beira da estrada!
Triste de quem der um ai
Sem achar eco em ninguém!
Felizes os que têm pai,
Mimosos os que têm mãe!
Tomás Ribeiro, in “D. Jaime”
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