João Penha (Braga, Portugal, 1838 – 1919).
Foi um dos mais activos membros da geração coimbrã
que combateu os artificialismos da poesia ultrarromântica. É considerado o
inovador do parnasianismo em Portugal.
Palavras de João Penha:
“O tédio é o infortúnio da gente feliz”
Nova Musa
Sem pena alguma, sem amargo pranto,
A minha lira abandonei de outrora.
Oh! quantas vezes a minha alma cora
Das alegres canções que amara tanto!
Nem àqueles que me amam cause espanto
Se nesta fase em que me encontro agora,
Cercada a fronte dum clarão de aurora,
Eu, de Tenório me transforme em santo!
Que mudança, senhora, em mim fizeste:
O vate da alegria, ei-lo defunto;
Outro mais grave as suas formas veste!
Cantei o paio atroz, o vil presunto;
Agora és tu, só tu, musa celeste
A minha inspiração, o meu assunto!
A minha lira abandonei de outrora.
Oh! quantas vezes a minha alma cora
Das alegres canções que amara tanto!
Nem àqueles que me amam cause espanto
Se nesta fase em que me encontro agora,
Cercada a fronte dum clarão de aurora,
Eu, de Tenório me transforme em santo!
Que mudança, senhora, em mim fizeste:
O vate da alegria, ei-lo defunto;
Outro mais grave as suas formas veste!
Cantei o paio atroz, o vil presunto;
Agora és tu, só tu, musa celeste
A minha inspiração, o meu assunto!
João
Penha, in “Novas Rimas”
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