Baralha
das Ruas
Mote
Houve
uma grande baralha
Nas
ruas da capital,
No fim
d´esta zaragata
Foi o Camões p´ra
o hospital.
I
A Rua d´Amendoeira
E o Largo d´Anunciada
Deram
muita cacetada
Lá no Arco do Bandeira.
Veio a Praça da Figueira
Com uma
enorme navalha,
Deu na Travessa da Palha
Uma
facada profunda.
N´Avenida, na rotunda;
Houve uma grande baralha.
II
Veio
depois a Mouraria
A
riscar com o Aterro,
O Rato atirou-lhe um berro
Como
quem os desafia.
Grita a
Praça d´Alegria
Contra
o Príncipe Real;
Faz um
banzé infernal
A Rua do Passadiço,
Houve
um grande reboliço,
Nas ruas da capital.
III
Alfama muito taxada
Começa
à pancada à Sé,
E a Rua de S.José
Atira-lhe
uma lambada.
A Graça toda escamada
Espezinha
a Rua da Prata,
E a Rua Augusta pacata,
Apesar
de ser prudente,
Chama
tolo ao Intendente
No fim d´esta zaragata.
IV
A Rua dos Cavaleiros
Fica
ferida no combate;
E o Chiado, p´ra remate,
Mata a Rua dos Fanqueiros.
A Rua
dos Retroseiros
Vai ter
co´a Patriacal…
O
barulho era geral,
E
quando chegou ao fim
Foi o Carmo p´ra o estarim
E o Camões p´ra o hospital.
Fonte: Histórias do Fado – revista Fado Moderno Nº1 – Boas
Cantigas para Piano e Guitarra.
Imagem: Lisboa.
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