LIVROS DE HORAS
Manuais ou
pequenos livros de piedade, muito difundidos na Idade Média.
De início
constavam de: calendário litúrgico, ofício menor ou «horas» de Nossa Senhora,
sete salmos penitenciais, ladainhas dos santos, comemoração de defuntos e
ofício de defuntos. Mais tarde acrescentaram-lhe passagens dos Evangelhos,
etc., convertendo-se, no século XVI, de manual de oração individual e familiar
em meros devocionários.
Os primeiros Livros
de Horas eram escritos em latim, passando depois a bilingues ou trilingues
e, finalmente, a línguas vernáculas.
Há Livros de Horas cuja ornamentação é
obra de grandes artistas, Nacional de Paris, Museu Conde (Chantilly), etc.
Em
Portugal, onde tiveram também muita difusão, o mais antigo é de fins do século
XVI, e encontra-se na Biblioteca Nacional de Lisboa. Sendo exemplo da
quantidade de Livros de Horas que circularam no nosso país, alguns deles
ricamente iluminados, os cem que D. Manuel I enviou ao Preste João das Indias.
Entre os
Livros de Horas mais artísticos e mais ricos de iluminuras, revelam-se os de D.
Duarte, D. Manuel e infante D.Fernando. Na sua maioria, os Livros de Horas
conhecidos, encontram-se nas Bibliotecas de Évora, nas Universidades de Coimbra
e Lisboa, nesta última, na secção de iluminados. Embora os haja também na Torre
do Tombo, Museu Nacional de Arte Antiga, Biblioteca de Braga e convento de
Mafra.
São quase todos de proveniência estrangeira, primordialmente italianos,
como é o caso do D.Duarte, considerado o mais rico dos Livros de Horas
existentes em Portugal; o de D.Fernando, iluminado por Spinelli; o da rainha
D.Leonor e o de D.Manuel, estes quatro considerados os mais famosos entre
todos.
O Livro de Horas de D.Manuel considerado o
melhor no género que existe em Portugal, foi começado a ilustrar em 1517 e
ficou concluído em 1538, nele tendo trabalhado, entre outros, António de Holanda
e Simão Bening (Museu Nacional de Arte Antiga).
Fonte:
Dicionário da Literatura Portuguesa
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Imagem:
Livro de Horas de D.Manuel.
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