Eduardo
Guimarães (Porto
Alegre, Brasil, 1892 – Rio de
Janeiro, Brasil, 1928).
Integrou o
grupo dos poetas simbolistas, formando com Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, a “trilogia
simbolista” no Brasil.
Os seus versos têm grande poder sugestivo e fazem dele um dos melhores
poetas do seu tempo.
Algumas das suas obras: Caminho da
Vida, A Divina Quimera.
Palavras de
Eduardo Guimarães:
“Uma carta
de amor fala melhor que um lábio.”
Aos Lustres
Suspensos
nos salões dos tetos decorados,
Que de
arabescos orna o gesso alvinitente,
Ó lustres de
cristal, enganadoramente
Ao mesmo tempo sois sonoros e calados.
Pesados,
emprestais, no entanto, à pompa ambiente,
Onde há
ricos painéis entre florões doirados,
A mais aérea
graça, e os olhos deslumbrados
Sentem que os cega o vosso encanto reluzente.
Que o
silêncio em redor guarde a fragilidade
Translúcida
que sois, e ouçam-se quase a medo
Os rumores quaisquer que em torno a vós se formem!
Toquem-vos
docemente a sombra e a claridade...
Nem se
turbe, jamais, ó lustres, o segredo
Das vibrações que em vós, musicalmente dormem!
Sem comentários:
Enviar um comentário