Ariano Suassuna (João Pessoa, Paraíba, Brasil, 1927 – Recife, Pernanbuco, 2014).
Foi dramaturgo, poeta e romancista.
Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte (PE), onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Algumas das suas obras: Torturas de um Coração, O Castigo da Soberba, O Rico Avarento e o Auto da Compadecida, Romance d’A Pedra do Reino, Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana.
In “Academia Brasileira de Letras” (excertos e adaptação)
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Palavras de Ariano Suassuna:
"Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver."
Aqui morava um rei
"Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.
Para mim, o seu cantar era Divino,
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.
Mas mataram meu pai. Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.
Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado."
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