TEMPLO DO CÉU
Um propósito fundamental
da arquitectura sacra é criar um reino que sirva de medianeiro entre a
humanidade e Deus.
Comum a todos os povos é a relação cultural entre a
fertilidade e a mortalidade e, instintivamente, a expressão dessa relação está
ligada à do dia com a noite, o movimento cíclico do Sol, e à mudança das
estações. A calibragem destes ciclos, através da observação do Sol e das
estrelas, produz frequentemente uma geometria sacra utilizada como princípio
determinante na disposição dos edifícios religiosos.
Na arquitectura chinesa,
isto alarga-se à completa harmonização dum edífico com o seu local.
A entrada e
a zona de acesso são determinadas através da antiga arte de Feng Shui, que diz respeito à influência
espiritual das características ambientais, como as montanhas e os rios.
O
Templo do Céu, em Pequim, na China, com origem em 1420 e reconstruído em 1530 e
1889, é o ponto fulcral duma cerimónia que confirma o poder temporal do
imperador e a sua autoridade para intervir junto dos deuses em busca de
redenção, orientação futura e colheitas abundantes.
A estrutura do templo, a
plataforma elevada, a sua relação com os edifícios dentro do recinto sagrado e
a sua posição dentro da cidade são todas determinadas holisticamente na
tentativa de ficar em harmonia com as forças divinas e naturais.
In “Arquitectura” de Neil
Stevenson
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