segunda-feira, 28 de novembro de 2016

FRANCISCO RODRIGUES LOBO - Mil anos há que busco a minha estrela





Francisco Rodrigues Lobo (Leiria, Portugal, 1580- Lisboa, 1622).

Escritor, diplomou-se em Direito na Universidade de Coimbra, começando nessa altura a escrever as suas primeiras composições poéticas.

Nas suas obras nota-se a influência da lírica de Camões, várias delas em castelhano, talvez devido ao decurso da sua vida durante o domínio filipino.

Considerado o precursor do barroco português, entre as suas obras contam-se três novelas: O Pastor Peregrino, Primavera e O Desengano.

Morreu afogado quando fazia uma viagem de barco no Rio Tejo entre Santarém e Lisboa



in “Direcção Cultural do Centro”


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Palavras de Francisco Rodrigues Lobo:

“O egoísmo é o vício radical do Homem”



Mil anos há que busco a minha estrela



Mil anos há que busco a minha estrela 
E os Fados dizem que ma têm guardada; 
Levantei-me de noite e madrugada, 
Por mais que madruguei, não pude vê-la. 

Já não espero haver alcance dela 
Senão depois da vida rematada, 
Que deve estar nos céus tão remontada 
Que só lá poderei gozá-la e tê-la. 

Pensamentos, desejos, esperança, 
Não vos canseis em vão, não movais guerra, 
Façamos entre os mais uma mudança: 

Para me procurar vida segura 
Deixemos tudo aquilo que há na terra, 
Vamos para onde temos a ventura. 


in “Fénix Renascida”



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