sábado, 12 de novembro de 2016

MARIA LAMAS – Escritora e jornalista




Maria Lamas (Torres Novas, Portugal, 1893 – Lisboa, 1983).

A sua estreia literária realizou-se em 1923, com a publicação de um livro de versos: Humildes. 
Depois enveredou para a literatura infantil, publicando: Maria Cotovia, contos (1929), e, a seguir, Aventuras de Cinco Irmãozinhos, A Estrela do Norte, e Brincos de Cerejas.

Dedicou-se ao romance, escrevendo, entre outros: O Caminho Luminoso, Vale dos Encantos, As Mulheres do Meu País, A Mulher no Mundo. 

Directora da revista Modas e Bordados até Junho de 1947, data em que foi afastada «de gravíssima acusação de ser um dos membros mais activos do Conselho Nacional de Mulheres Portuguesas». 

Fez reportagens de Gibraltar, Marrocos, Argélia, Madeira, etc. 

Pertenceu ao Movimento Nacional Democrático, tendo-se exilado por três vezes em Paris, em virtude de constantemente ser perseguida pela PIDE. 

Foi condecorada com a “Ordem da Liberdade”.



in “ Dicionário de Mulheres Célebres”



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Palavras de Maria Lamas:
Paris, ”uma cidade onde andar na rua é como andar numa universidade”.


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“Uma vez, estava a tarde muito serena, não se sentia uma aragem, e as flores do jardim pareciam ter mais perfume do que nos outros dias. O mar era tal qual um lago com os tons da madrepérola, e, em vez de ondas, tinha rolozinhos de espuma que vinham correndo, uns atrás dos outros para a praia. (…)

(…) O espírito, porém, inclui a inteligência, o pensamento, faz-nos sentir, compreender, querer bem ou querer mal a alguém e desejar o que nos agrada e tudo o mais que se passa no nosso íntimo. Ninguém o vê, nem nós próprios, mas é uma parte tão importante do nosso ser, que dele depende a nossa personalidade. (…)

(…) Quem não tiver estrela do Norte, terá o espírito às escuras e andará, neste mundo, à toa, como um barco sem leme, ou como um ceguinho que não pode ver a luz.”



in “A Estrela do Norte
Imagem: retrato de Maria Lamas pelo artista soviético A. Myrob, em 1984.

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