Maria Lamas
(Torres Novas, Portugal, 1893 –
Lisboa, 1983).
A
sua estreia literária realizou-se em 1923, com a publicação de um livro de
versos: Humildes.
Depois enveredou
para a literatura infantil, publicando: Maria
Cotovia, contos (1929), e, a seguir, Aventuras
de Cinco Irmãozinhos, A Estrela do Norte, e Brincos de Cerejas.
Dedicou-se ao romance, escrevendo, entre
outros: O Caminho Luminoso, Vale dos
Encantos, As Mulheres do Meu País, A Mulher no Mundo.
Directora da revista Modas e Bordados até Junho de 1947, data
em que foi afastada «de gravíssima acusação de ser um dos membros mais activos
do Conselho Nacional de Mulheres Portuguesas».
Fez reportagens de Gibraltar,
Marrocos, Argélia, Madeira, etc.
Pertenceu ao Movimento Nacional Democrático,
tendo-se exilado por três vezes em Paris, em virtude de constantemente ser
perseguida pela PIDE.
Foi condecorada com a “Ordem da Liberdade”.
in
“ Dicionário de Mulheres Célebres”
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Palavras de Maria Lamas:
Paris, ”uma cidade onde andar na rua é como andar
numa universidade”.
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“Uma vez, estava a tarde muito serena,
não se sentia uma aragem, e as flores do jardim pareciam ter mais perfume do
que nos outros dias. O mar era tal qual um lago com os tons da madrepérola, e,
em vez de ondas, tinha rolozinhos de espuma que vinham correndo, uns atrás dos
outros para a praia. (…)
(…) O espírito, porém, inclui a
inteligência, o pensamento, faz-nos sentir, compreender, querer bem ou querer
mal a alguém e desejar o que nos agrada e tudo o mais que se passa no nosso
íntimo. Ninguém o vê, nem nós próprios, mas é uma parte tão importante do nosso
ser, que dele depende a nossa personalidade. (…)
(…) Quem não tiver estrela do Norte, terá
o espírito às escuras e andará, neste mundo, à toa, como um barco sem leme, ou
como um ceguinho que não pode ver a luz.”
in “A Estrela do Norte”
Imagem: retrato de Maria Lamas pelo artista soviético A. Myrob, em
1984.
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