AFONSO RIBEIRO
(Moimenta
da Beira, Portugal, 1911 – 1993).
Escritor
Um dos precursores do denominado Neo-realismo, entendendo a literatura como “instrumento de actuação social” e denunciando sempre a miséria dos trabalhadores e do povo, Afonso Ribeiro teve obra vigorosa, colaborando, também, em várias publicações de matriz neo-realista, como “Altitude”, “Sol Nascente”, “O Diabo” ou a revista “Vértice”.
O seu livro de novelas Ilusão na Morte, de 1938, é considerado
precursor na área. João Pedro de Andrade, no "Sol Nascente", considera-a uma
“obra de arte”.
Professor primário em
zonas rurais, o contacto com as desigualdades sociais e com as carências das
classes desfavorecidas inspira uma prosa atenta à verosimilhança da fala das
personagens, aos seus problemas e escravidões.
As suas obras denunciam a
miséria moral de proprietários e trabalhadores, proclamando a necessidade de
olhar para o mundo rural com diferentes olhos.
Emigrou, nos anos 50, para
Moçambique, mantendo todas as ligações com os escritores neo-realistas, cujos
trabalhos divulgou em publicações locais, como "Itinerário" (1955).
Outras obras do autor: O Pão da Vida, O Caminho da Agonia, Da Vida dos Homens, África
Colonial, Os Comedores de Fome.
in “Almanaque Republicano”
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