EDMUNDO BETTENCOURT
(Funchal, Madeira, Portugal, 1889 - Lisboa, 1973)
Poeta, cantor
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Uma voz da modernidade na primeira década de oiro do fado/canção de Coimbra. No âmbito da poesia ficará ligado a um movimento que surge em Coimbra: a “Presença”.
A sua obra poética foi publicada toda em conjunto em 1964 com o título Poemas de Edmundo Bettencourt, com prefácio de Herberto Hélder.
in “Universidade de Coimbra” (excerto)
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APARIÇÃOA mulher que por mim passou na rua, há pouco,
foi uma coisa diáfana, gentil,
cedo, a pairar
na sombra dum jardim
com flores, em baixo, ajoelhadas,
ao senti-la na altura,
e mandando-lhe o aroma em lágrimas, desfeito,
para mantê-la em uma nuvem branca...
Mulher, coisa diáfana, vaga e bela, sem desenho,
logo fluido animando o colo duma nuvem, nuvem,
num ápice, trucidada pelo vento!
in “Rede Invisível”
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