O
MITO E A LIBERDADE
A
mitologia clássica foi fonte inesgotável de temas para a ópera desde a obra que
inaugurou este género teatral, no final do século XVI. O século XX também não
foi alheio à permanente fascinação os antigos mitos.
Um exemplo disso é Hans
Werner Henze, que a 6 de Agosto de 1965, no Festival de Salzburgo, dá a
conhecer Die Bassariden, uma ópera
baseada na tragédia As bacantes, de
Eurípides. Composta sobre um libreto de Wystan Hugh Auden e Chester Kallman, a
universalidade e intemporalidade do mito permite ao autor explorar um dos temas
que mais o obcecam: o da liberdade.
Penteu, rei de Tebas, quer erradicar da sua
cidade todas as superstições, ao que se opõe Dioniso, que se constitui em
representante de um mundo no qual são possíveis a embriaguez e a paixão. Contudo,
o suposto libertador, Dioniso, implantará uma nova escravidão, pior ainda que a
anterior, porque escapa ao entendimento.
in “Auditorium”
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