sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O MITO E A LIBERDADE




O MITO E A LIBERDADE

A mitologia clássica foi fonte inesgotável de temas para a ópera desde a obra que inaugurou este género teatral, no final do século XVI. O século XX também não foi alheio à permanente fascinação os antigos mitos. 

Um exemplo disso é Hans Werner Henze, que a 6 de Agosto de 1965, no Festival de Salzburgo, dá a conhecer Die Bassariden, uma ópera baseada na tragédia As bacantes, de Eurípides. Composta sobre um libreto de Wystan Hugh Auden e Chester Kallman, a universalidade e intemporalidade do mito permite ao autor explorar um dos temas que mais o obcecam: o da liberdade. 

Penteu, rei de Tebas, quer erradicar da sua cidade todas as superstições, ao que se opõe Dioniso, que se constitui em representante de um mundo no qual são possíveis a embriaguez e a paixão. Contudo, o suposto libertador, Dioniso, implantará uma nova escravidão, pior ainda que a anterior, porque escapa ao entendimento.



in “Auditorium”



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