A
SOMBRA DE DANTE PERFILA-SE…
Em
França, o rei Luís XI não perdoava a submissão da Universidade aos ocupantes
ingleses. Porque esta tinha-se comprometido totalmente no processo de Joana
d´Arc. Para a punir, o rei ordenou que passasse a estar submetida ao
Parlamento. Foi até ao ponto de retirar-lhe o direito de protesto.
O
averroísmo estava na moda. Marsile de Pádua era a cabeça do movimento que
moderava as aspirações dos papas. O espiritual separava-se do temporal. Duns
Scot, o franciscano, alcançava o cepticismo, mas abria novos horizontes: os de
livre arbítrio e da vontade do homem.
A sombra de Dante
perfilava-se até Paris sob as abóbadas de Saint-Julien-le-Pauvre. Dois séculos
mais cedo, o poeta era banido de Florença, mas sua Divina Comédia abria a via das evocações mágicas.
Era um gnóstico: logo um
herético !
Os seus itinerários
através dos mundos sobrenaturais inspirarão as viagens do século seguinte.
Toma o sentido contrário
ao dogma.
Dante escolheu como guia
São Bernardo, o fundador do Templo. O poeta visionário odiava Filipe, O Belo,
perseguidor dos Templários.
A cidade francesa gozava
de um prestígio que não cessara de aumentar desde os tempos da monarquia
capetiana.
A criação da Universidade
trouxera consigo uma efervescência intelectual jamais conhecida.
Na Rua de la Boucherie, em
torno de Saint-Séverin, só se viam estudantes. Junto de Jean-Julien-le-Pauvre
outros rodeavam os mestres independentes que lhes falavam de Dante e de
Abelardo.
Em França, em Itália, na
Alemanha, na Inglaterra, relia-se Virgílio e Platão.
Os letrados animavam os
albergues, e os sucessores de François Villon não saíam das tabernas. Viviam
como «maus rapazes», roubando mais do que estudavam !
in “História da Magia do Ocultismo e das Sociedades Secretas” – Danielle Hemmert e Alex Roudene
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