sábado, 3 de setembro de 2016

MONTEVERDI – A brilhante despedida de um génio






A brilhante despedida de um génio

No Teatro de S. João e Paulo de Veneza estreia-se em 1642 a que será a última ópera de Claudio Monteverdi e também a sua obra-prima: A Coroação de Popeia. 

O autor tem 75 anos no momento em que a compõe. Em certo sentido pode-se considerar que é o testamento musical de Monteverdi e também o de toda uma época, já que o realismo desta ópera denuncia a crise do homem do Renascimento. Embora haja ainda na obra alguns elementos alegóricos tipicamente renascentistas, as figuras sobre-humanas cedem o lugar a personagens de carne e osso, que representam praticamente todas as camadas da sociedade. 

Ao contrário do que é habitual, a virtude vai ser derrotada no final em benefício do amor. Trata-se de uma ópera de uma extraordinária beleza musical, embora muito exigente, tanto pela quantidade de cantores que devem intervir como pela variedade dos registos musicais utilizados. A obra esteve esquecida durante séculos, até que foi recuperada em meados do século XX.


in “Auditorium – Crónica da Música”

Imagem: Retrato de Claudio Monteverdi de autoria de Bernardo Strozzi, pintor do Barroco italiano (1581-1644).

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