José
Agostinho de Macedo (Beja, Portugal,
1761 – Lisboa, 1831).
Professou em 1778 na Ordem
dos Eremitas de Santo Agostinho, sendo expulso da Ordem quatro anos depois, por
os superiores o considerarem «contumaz e incorrigível». Foi várias vezes
acusado e condenado pela Justiça por desmandos e roubos.
Tendo conseguido a
despensa dos votos monásticos, tornou-se pregador, alcançando os seus sermões
grande notoriedade na época.
Tornou-se membro da Nova Arcádia, entrando em
quezílias com Bocage. Fez parte também da Arcádia de Roma, onde adoptou o
pseudónimo de Elmiro Tangideu. Era inimigo figadal da Revolução Francesa e
odiava Voltaire e Napoleão. Toda a sua luta esteve centrada na denúncia dos
jacobinos, ou pedreiros-livres. Quase todas as suas obras reflectem essa luta.
Ficaram célebres as polémicas que teve com Bocage e com Almeida Garrett.
Algumas das suas obras: Sermão contra o Filosofismo do Século XIX (1811),
A Meditação (poesia filosófica,
1813), Newton (poema em 4 cantos,
1813, O Oriente (2 vols., 1814), A Tripa Virada, Tripa por uma Vez, Henriqueida (poema épico em 12 cantos), Os Burros (sátira, 1827).
in “Universidade do Minho”
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Palavras
de
José Agostinho de Macedo:
“Os
jornalistas não hesitam em ajuizar e sentenciar em todos os assuntos como se
todos os assuntos dominassem por igual. Querem, ilegitimamente, governar a
Nação, ou representá-la, quando não sabem sequer governar-se a si mesmos nem
têm conhecimentos ou aptidões para o fazerem. Arrogam-se, ilegitimamente, de
serem os legítimos intérpretes dos anseios da Nação, quando nem sequer a
compreendem.”
Debaixo
desta Campa Sepultado
Debaixo
desta campa sepultado
Jaz
um peito, um que etéreo fogo ardia,
Que
da Lusa Eloquência, e da Poesia
Será
por longos Evos lamentado.
Deixou
à Pátria alto Padrão alçado,
Enfeitando
co’ as flores a Harmonia
A
austera fronte à sã Filosofia,
Com
exemplo entre nós não praticado.
Não
indagues, Viandante curioso,
Da
larga vida sua erro, ou defeito,
Da
Morte acata o manto tenebroso.
Ele
Homem foi, Homem não há perfeito;
E,
deixando este valer lacrimoso,
Foi piedade buscar de Deus
no peito.
In ”Antologia Poética”
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