sexta-feira, 9 de setembro de 2016

GEORGE SAND – Desprezo e Receio





George Sand (Paris, França, 1804 — Nohant, 1876).

Foi educada, primeiramente com sua avó, no Castelo Nohant, em Berry; depois, no Convento das Damas Inglesas de Paris, onde permaneceu até 1820. Logo ao sair do convento, foi viver na companhia de seu avô e, morto este, contraiu matrimónio, em 1822, com o barão Dudevant. 

Separou-se deste após nove anos de matrimónio, e fixou-se em Paris, com os seus dois filhos, dedicando-se à literatura, sua vocação. Inicialmente, fez traduções, desenhos e pinturas. Em seguida, entrou para a redacção do Figaro.

A sua obra literária pode dividir-se em três períodos distintos: romance passional, romance social e romance campesino ou rústico.

Publicou numerosas novelas amorosas na Revista dos Dois Mundos. E, no período da revolução de 1848, escreveu Cartas ao Povo, além de ter tomado parte em várias polémicas jornalísticas. 

A juntar a mais de uma centena de romances, escreveu História da Minha Vida, em 1854, onde alude às relações amorosas com Sandeau, Musset e Chopin. Posteriormente à sua morte, em 1882, foram reunidas, em volume, as suas cartas, com o título: Correspondência.



in “Dicionário de Mulheres Célebres” (excertos)



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Palavras de George Sand:
“A calúnia e a injúria são armas da ignorância.”



Desprezo e Receio


Já notei que a maior parte dos homens se sente açulada e indignada quando, em pleno combate moral, recorremos à ternura e ao afecto. É vê-los feras amansadas e apanhadas de surpresa assim que recorremos à violência ou à dureza. Raça detestável! Tal preceito mantém-se praticamente inalterável no que respeita ao amor.

Realidade estranha e deplorável, pois, em muitos casos, é igualmente aplicável à amizade; realidade pavorosa, desesperante, mas inevitável, necessária à subsistência das nossas sociedades, dos governos mais democráticos aos mais despóticos. 

Quando não é refreado nem reprimido, o homem aproveita imediatamente para cometer abusos. Despreza quem o receia e maltrata quem o ama; receia quem o despreza e ama quem o maltrata.


in “Diário Íntimo” – (Citador)




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