CARTA
DE BEETHOVEN À SUA AMADA IMORTAL
Depois da morte de
Beethoven foi encontrada numa gaveta da sua residência uma estranha carta
fechada numa «segunda-feira, 6 de Julho». A data pode corresponder a 1801, 1807
ou 1812, anos em que o dia 6 de Julho foi segunda-feira, mas em geral pensa-se
que foi escrita neste último ano. Outro problema é a destinatária.
Embora se
lhe conheçam algumas relações femininas (Giulietta Guicciardi, Thérèse
Malfatti, Amalie Sebad…), ignora-se quem teria sido essa enigmática «amada
imortal» e se se tratava de alguma delas. Nunca antes Beethoven se tinha
expressado em termos tão explícitos e arrebatados:
«Pode subsistir o nosso amor por outro meio que não seja o sacrifício e
a renúncia a tudo? Podes mudar tu esta situação em que não sou todo teu, nem tu
toda minha? (…) Onde estou, tu estás
comigo; comigo e contigo falo. (…) Atropelam-se
os meus pensamentos para ti, minha amada imortal, às vezes alegres, depois
tristes, à espera de que o destino nos favoreça. Só posso viver completamente
contigo ou não posso viver (…) Continua
a amar-me, não ignores nunca o coração mais fiel do teu amado Ludwig.
Eternamente teu, eternamente minha, eternamente nós»
in “Crónica da Música”
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