José de Alencar – (Messejana
(actual bairro de Fortaleza), Brasil,
1829 – Rio de Janeiro, 1877).
Advogado,
jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, é o patrono da cadeira
n. 23, por escolha de Machado de Assis. (…)
As
mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo
velhos romances para a mãe e as tias, em contacto com as cenas da vida sertaneja
e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe
passava o pai revolucionário.
Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do
Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem reflectir-se-iam mais
tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro.
(…)
A
sua notoriedade literária começou com as Cartas
sobre A Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856. (…) Optou, ele
próprio, pela ficção, por ser um género moderno e livre.
Ainda
em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a
publicação, em folhetins, de O Guarani,
que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances
indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza
lendária, obras teatrais, poesias, crónicas, ensaios e polémicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos.
A parte de ficção histórica, testemunho
da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direcções:
os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por
estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do Indianismo na
literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na
apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias
na poesia. (…)
Sua
obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade,
ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas
sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da
literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o
verdadeiro criador.
Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o
patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só
pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de
Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu de tuberculose, aos 48 anos
de idade.
in
“Academia Brasileira de Letras”
********************
Palavras de José de Alencar:
“Só a ignorância aceita e a
indiferença tolera o reinado da mediocridade.”
Sem comentários:
Enviar um comentário