domingo, 13 de abril de 2014

Armando Silva Carvalho

 

Armando Silva Carvalho nasceu em 1938, em Olho Marinho, Óbidos, Portugal.

É poeta, tradutor, romancista, jornalista, advogado, professor, crítico literário, publicitário.

Em 1965, publicou o primeiro livro de poesia intitulado “Lírica Consumível”.

Algumas das suas obras: "Os Ovos de Oiro"; "Armas Brancas"; "Técnicas de Engate"; "Sentimento de um Acidental", " Alexandre Bissexto", "Canis Dei"; “O Amante Japonês”; “Lisboas”; “O Homem que Sabia a Mar”; “A Vingança de Maria de Noronha”.

Os seus livros estão traduzidos em diversos idiomas, incluindo o russo, letão e neerlandês.

Participou  na antologia “IV Líricas Portuguesas”, organizada pelo poeta António Ramos Rosa e integrou o grupo que organizou a “Antologia de Poesia Universitária”, no qual faziam parte, entre outros, os poetas Fiama Hasse Pais Brandão, Ruy Belo, Luiza Neto Jorge.

Recebeu o “Premio Revelação” da Sociedade Portuguesa de Autores; o “Prémio de Poesia Luís Miguel Nava” ; o “Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes” (7ª edição); “Prémio Pen Clube”; “Prémio Fernando Namora”.

Foi o vencedor do “Grande Prémio de Poesia 2008”, da Associação Portuguesa de Escritores.

 

 
 
Palavras de Armando Silva Carvalho:

“As rimas são o meu fraco, e também a facilidade nas aliterações. Se não me tivessem mandado estudar, provavelmente devia ter ficado poeta popular, de rima certa, e redondilha a saltar da ponta do lápis.”

 

 
 
Abandono-te todas as noites

 

 
Abandono-te todas as noites,
Troco-te pelos outros,
Por mim
Ou pelo simples sono que sempre me enganou

Desde criança.

Deixo-te ficar tantas vezes à luz duma velha lua
De queixo retorcido e rainha das bruxas
E em lugares frequentados por cães que defecam
Com o mudo amor dos donos
Sigilosamente
À trela.
 
Não devias esperar.
Este amor não é feito de sangue, a minha alma não anda
nessa rua deserta,
Nem vai, pé ante pé, contemplar o teu rosto,
Deitar-se em seguida sobre o teu corpo gelado
E limpar-te os olhos do frio

De uma madrugada
Impúdica.




Armando  Silva Carvalho, in “O Amante Japonês”


Sem comentários:

Enviar um comentário

MALMEQUER

MALMEQUER Português, ó malmequer Em que terra foste semeado? Português, ó malmequer Cada vez andas mais desfolhado Ma...