sexta-feira, 25 de abril de 2014

Português ó Malmequer

 
 

Português ó Malmequer    
 
Português, ó malmequer
Em que terra foste semeado?
Português, ó malmequer
Cada vez andas mais desfolhado

Malmequer é branco, branco
Que outra cor querem que escolha
Se te querem ver bonito
Por que te arrancam as folhas?

Por muito humilde que sejas
Malmequer ó meu amigo
Lá vem o dia da espiga
Que tens honras de trigo

Malmequer tens pouca flor
Mesmo assim és um valente
Antes ser dez réis de flor
Do que ser dez réis de gente

És uma flor do povo
Vem do povo a tua força
Estás bem agarrado à terra
Não há vento que te torça

Malmequer ou bem-me-quer
És a flor mais desprezada
Uns com muito, outros com pouco
E a maioria sem nada

És branco da cor da paz
Mas seja lá por que for
Há para aí uns malmequeres
Que andam a mudar de cor

Regam-te a seiva com esperança
Mesmo assim não és feliz
Há muitas ervas daninhas
Que te atacam a raiz

Malmequer se fores regado
Num dia de muito Sol
Cresce, cresce, cresce, cresce
Para seres um girassol.

 

 

Letra da canção escrita, em 1972, pela parceria teatral Paulo da Fonseca, César de Oliveira e Rogério Bracinha, interpretada pelo actor Raúl Solnado na Revista “P´rá Frente Lisboa”, então em cena no demolido “Teatro Monumental”, em Lisboa, Portugal.

 


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