Casimiro de Brito nasceu em Loulé, Algarve, Portugal, no dia 14 de Fevereiro de 1938.
É poeta, ensaísta, romancista, contista e tradutor.
Publicou o primeiro livro de poemas, em 1958, intitulado “Poemas da
Solidão Imperfeita”.
Pertenceu ao movimento “Poesia 61”.
Foi director de várias revistas literárias.
A sua obra é constituída por mais de 40 livros, e está traduzida em 24
línguas, tendo muitos dos seus poemas incluídos em antologias estrangeiras.
Casimiro de Brito ganhou vários prémios literários nacionais e
internacionais de grande prestígio.
Foi agraciado com a “Ordem do Infante D. Henrique”.
A Academia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, Brasil, distingui-o com
a medalha “Oskar Nobiling”, pelos
serviços prestados no campo da literatura.
Palavras de
Casimiro de Brito:
"Onde
não posso deixar de ser metódico é na dúvida."
O Poema
Poemas, sim, mas de fogo
devorador. Redondos como punhos
diante do perigo. Barcos decididos
na tempestade. Cruéis. Mas de uma
crueldade pura: a do nascimento,
a do sono, a da morte.
Poemas, sim, mas rebeldes.
Inteiros como se de água, e,
como ela, abertos à geometria
de todos os corpos. Inteiros
apesar do barro e da ternura
do seu perfil de astros.
Poemas, sim, mas de sangue.
Que esses poemas brotem
do oculto. Que libertem o seu pus
na praça pública. Altos, vibrantes
como um sismo, um exorcismo
ou a morte de um filho.
devorador. Redondos como punhos
diante do perigo. Barcos decididos
na tempestade. Cruéis. Mas de uma
crueldade pura: a do nascimento,
a do sono, a da morte.
Poemas, sim, mas rebeldes.
Inteiros como se de água, e,
como ela, abertos à geometria
de todos os corpos. Inteiros
apesar do barro e da ternura
do seu perfil de astros.
Poemas, sim, mas de sangue.
Que esses poemas brotem
do oculto. Que libertem o seu pus
na praça pública. Altos, vibrantes
como um sismo, um exorcismo
ou a morte de um filho.
Casimiro de Brito, in “Jardins de Guerra”
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