Gomes
Leal (1848-1921) nasceu em Lisboa.
Poeta, jornalista, editor e crítico literário, é
considerado um precursor do Modernismo Português.
Em 1875, publicou o seu primeiro livro de poemas,
intitulado “Claridades dos Sul”.
A sua
poesia é uma agregação de estilos, sendo influenciada pelas principais linhas de força da poesia europeia
de seu tempo.
Foi um dos fundadores dos jornais “O Século” e “ O
Espectro de Juvenal”.
Algumas das suas
obras: “Claridades do Sul”; “O Tributo do Sangue”; “A Fome de Camões”; “O
Anti-Cristo”.
Palavras
de Gomes Leal:
“Há uma faculdade prestigiosa na nossa
alma, que nos torna rivais dos deuses; chama-se “vontade” !
Carta ao Mar
Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!
Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vai ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e humido jazigo!
Nada é mais triste, tragico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te poude consollar?!
Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! -
E, contudo, ouve-o aqui, em confidencia;
- A Música é mais
triste inda que o Mar!
Gomes Leal,
in “Claridades do Sul”
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