Boris Pasternak
(
1890 – 1960) nasceu em Moscovo, Rússia.
Poeta, romancista e tradutor, foi um
dos grandes nomes da literatura russa.
Estudou
Filosofia na Universidade alemã de Marburg.
Com o livro
de poesia “Minha Irmã, a Vida”, alcançou
fama de grande poeta.
Perseguido
pela sua oposição ao regime estalinista,
Pasternak viu ser proibida a publicação do seu grande sucesso literário “Doutor
Jivago”, que continha contundentes críticas ao regime soviético. Assim, o livro
foi publicado em Milão, Itália, em 1957.
Esta obra
está traduzida em mais de 18 idiomas.
Este grande romance é, na
sua natureza, autobiográfico, pois os ideais de Jivago e Pasternak são semelhantes.
Em 1958, foi agraciado com
o “Prémio Nobel de Literatura”.
O escritor aceitou-o, mas ameaçado de expulsão da Rússia pelo governo comunista, foi obrigado a rejeitar o prémio.
O escritor aceitou-o, mas ameaçado de expulsão da Rússia pelo governo comunista, foi obrigado a rejeitar o prémio.
Nesse mesmo ano, foi expulso do
Sindicato dos Escritores Soviéticos.
Palavras de
Boris Pasternak:
“Os
detentores do poder ficam tão ansiosos por estabelecer o mito da sua infalibilidade
que se esforçam ao máximo para ignorar a verdade.”
Definição de poesia
Um risco maduro de assobio.
O trincar do gelo comprimido.
A noite, a folha sob o granizo.
Rouxinóis num dueto desafio.
Um doce ervilhal abandonado
A dor do universo numa fava.
Fígaro: das estantes e flautas
Geada no canteiro, tombado.
Tudo o que para a noite releva
Nas funduras da casa de banho,
Trazer para o jardim uma estrela
Nas palmas húmidas, tiritando.
Mormaço: como pranchas na água,
Mais raso. Céu de bétulas, turvo.
Se dirá que as estrelas gargalham,
E no entanto o universo está surdo.
Boris Pasternak
Tradução: Haroldo de Campos.
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