Jorge Wanderley (1938-1999) nasceu no Recife, Pernambuco, Brasil.
Foi poeta,
tradutor, crítico literário, professor e médico.
Com 16 anos de
idade, escreveu o primeiro livro de poesia, intitulado: “Gesta e Outros
Poemas”.
Publicou crónicas e
ensaios literários em diversos jornais e revistas.
Colaborou, como
editor adjunto, na revista “Poesia Sempre”, da Biblioteca Nacional Brasileira.
Outros livros de
sua autoria: “Coração à Parte”; “Manias de Agora”; “Agente Infiltrado”;
“Antologia Poética”.
Jorge Wanderley foi
admirado e considerado como um talentoso tradutor de poesia. Traduziu, entre
outros: Dante, Shakespeare e Valéry.
Foi galardoado, postumamente, com o “Prémio
Jabuti de Tradução Literária”, pela sua tradução do “Inferno”.
Palavras de
Jorge Wanderley:
“Eu diria até que o Hamlet,
dramaturgicamente, é um pequeno desastre. E no entanto é uma obra-prima.”
Na
Véspera
Porque o cansaço tem ruas de sono
Conseguirás agora adormecer.
Tudo anda mal nas coisas que abandonas;
Em solo ingrato a noite vai descer.
Que traga a paz imensa que ambicionas,
Sem sonho algum; para não conceber
Meias-vidas sem rumo onde és o dono
Do que não queres, de insano poder.
Que a lida agora interrompida, amarga,
Possa passar a um outro espaço-tempo,
E volte nova dos frios astrais.
Que esqueça longo o peso, a dor, a carga,
O mal que te contempla e que contemplas.
Conseguirás agora adormecer.
Tudo anda mal nas coisas que abandonas;
Em solo ingrato a noite vai descer.
Que traga a paz imensa que ambicionas,
Sem sonho algum; para não conceber
Meias-vidas sem rumo onde és o dono
Do que não queres, de insano poder.
Que a lida agora interrompida, amarga,
Possa passar a um outro espaço-tempo,
E volte nova dos frios astrais.
Que esqueça longo o peso, a dor, a carga,
O mal que te contempla e que contemplas.
Se assim não, que não acordes mais.
Jorge
Wanderley
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