sexta-feira, 18 de abril de 2014

Silva Tavares

 
 
 
Silva Tavares (1893–1964) nasceu em Estremoz, Alentejo, Portugal.

Foi poeta, dramaturgo, escritor.
Publicou, com 18 anos de idade, o seu primeiro livro de versos intitulado “Nuvens”.
Escreveu cerca de 100 peças de teatro, entre dramas, comédias e farsas.
De realçar, também, o seu talento para o teatro de revista.
A poesia foi, sem dúvida, predominante na sua vida literária, publicando mais de 40 obras.
Criou grandes sucessos para o Fado, tais como: “Céu da Minha Rua”; “Que Deus me Perdoe”; “A Casa da Mariquinhas”; “Fado da Balada”; “Elogio do Xaile”.
Foi Chefe de Coordenação de Programas da Ex-Emissora Nacional, onde lançou programas ligados à poesia e ao teatro.
Legou à Biblioteca de Estremoz o seu espólio literário, constituído por vários manuscritos das suas obras, um bronze e as insígnias das condecorações com que foi distinguido.

Silva Tavares foi um poeta do fado.




Quadras de Amor

 
Já te paguei por amor,
muito mais do que devia,
vê lá, se fazes favor,
de me dar a demasia.

Pois se foste beijada,
porque estás a negar?
Depois de carta jogada,
não se pode levantar.

Inda hão-de nascer os lábios,
que digam porque razão,
um beijo dado nos lábios,
se sente no coração.

Não digas que nada fica
da vida fútil moderna.
Fico eu a soar em bica,
quando tu traças a perna.

Eu olhei e tu olhaste,
sorri, sorriste depois,
eu falei e tu falaste,
casei, casámos os dois.

Achaste lindos meus olhos,
pondo os teus olhos nos meus,
mas tu não viste meus olhos,
viste o reflexo dos teus.

O sol prometeu à lua,
as estrelas ao luar,
o meu coração ao teu,
de nunca mais te deixar.

Maria, a quem dei um cravo,
chamou-me doido de amor,
que é mesmo coisa de doido,
dar-se uma flor a outra flor..



Silva Tavares


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