António
Cândido Mello e Souza nasceu a 24 de Julho de 1918, no Rio
de Janeiro, Brasil.
Sociólogo, escritor, professor universitário, crítico
literário, é considerado um dos
principais intelectuais do Brasil.
Em 1998, foi galardoado com o Prémio Camões. Recebeu-o em Lisboa, em Julho do mesmo ano.
Palavras
de António Cândido Mello e Souza:
“O estudioso de
literatura não pode dispensar o conhecimento adequado dos aspectos externos,
porque não lhe basta, como ao leitor comum e mesmo ao amador do bom gosto,
sentir e gostar; a sua tarefa não se perfaz sem os conhecimentos obtidos pela
erudição literária.”
Excertos de “A vida ao
rés-do-chão”:
A crônica não é um
“gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que
lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas.
Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse.
Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor. (…)
(…) A leitura de
Bilac é instrutiva para mostrar como a crônica já estava brasileira, gratuita e
meio lírico-humorística, a ponto de obrigá-lo a amainar a linguagem,
descascá-la dos adjetivos mais retumbantes e das construções mais raras, como
as que ocorrem na sua poesia e na prosa das suas conferências e discursos. Mas
que encolhem nas crônicas. É que nelas parece não caber a sintaxe rebuscada,
com inversões frequentes; nem o vocabulário “opulento”, como se dizia, para
significar que era variado, modulando sinônimos e palavras tão raras quanto
bem-soantes.
Num país como o
Brasil, onde se costumava identificar a superioridade intelectual e literária
com grandiloqüência e requinte gramatical, a crônica operou milagres de
simplificação e naturalidade, que atingiram o ponto máximo nos nossos dias,
como se pode ver nas deste livro. (…)
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