Hilda Hilst (1930-2004) nasceu em
Campinas, Brasil.
Poetisa,
cronista, dramaturga e tradutora, diplomou-se em Direito na Universidade de S.
Paulo.
Em
1950, publicou o primeiro livro de poemas intitulado Presságio.
Outras
obras: Balada do Festival, Roteiro do
Silêncio, Trovas de Muito Amor para Um Amado Senhor, Sete Cantos do Poeta para
o Anjo, Cantares de Perda e Predilecção, Poesia (Antologia de poemas), Rútilo
Nada, A Obscena Senhora, O Verdugo.
Foi
galardoada com os mais importantes prémios literários do Brasil, tais como:
“PEN Clube”, “Prémio Anchieta”, “Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da
Obra”, da Associação Paulista de Críticos de Arte, “Prémio Jabuti”.
Hilda
Hilst foi uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX.
Palavras de Hilda Hilst:
“Você
nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível dos
animais.”
Dez chamamentos ao amigo
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
Hilda Hilst, in “Poesia”
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