Miguel de Cervantes (1547-1616) nasceu em Alcalá de Henares, Espanha.
Romancista, dramaturgo e poeta, é um dos principais
nomes da literatura espanhola, tendo sido o precursor do realismo em Espanha.
Em 1570, viajou para Itália. No ano seguinte, uma
frota turca invadiu Chipre, provocando o confronto entre os turcos e a
infantaria espanhola que se encontrava localizada em Itália. Cervantes lutou na
batalha de Lepanto, ficando gravemente ferido na mão esquerda.
Em 1587, Cervantes decidiu voltar para Espanha. O navio onde viajava foi atacado por piratas e ele foi encarcerado em Argel, durante cinco anos.
Regressado, definitivamente, a Espanha, iniciou a sua
actividade literária.
Cultivou, praticamente, todos os géneros narrativos que
preponderavam no seu tempo, tais como: comédias, poesias, sátiras.
A sua obra-prima, “D. Quixote de La Mancha”, um
clássico da literatura, publicada em 1605, foi um enorme sucesso: conta as
aventuras e desventuras do fidalgo D. Quixote e do seu criado Sancho Pança. O
primeiro, idealista e aventureiro; o segundo, realista e sensato.
Em 1976, foi instituído o “Prémio Miguel Cervantes”,
considerado um dos principais galardões da língua espanhola.
Palavras de Miguel de Cervantes
“Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo.”
Oração
A Ti recorro, grão
Senhor, que alçaste,
à custa de teu
sangue e tua vida,
a mísera de Adão
primeira caída,
e onde ele nos
perdeu, lá nos cobraste;
a Ti, Pastor
bendito, que buscaste
dentre as cem
ovelhinhas a perdida,
e, encontrando-a
do lobo perseguida,
sobre os teus
ombros santos a deitaste.
A Ti recorro na
aflição amarga,
e a Ti cabe,
Senhor, o dar-me ajuda:
cordeiro sou de
teu aprisco ausente
e temo que na via
estreita ou larga,
quando a meu mal
teu braço não acuda,
venha
alcançar-me essa infernal serpente.
Miguel de Cervantes
Tradução:
Anderson Braga Horta
Imagem: retrato de Miguel Cervantes, atribuído ao
pintor Juan Jáuregui.
Sem comentários:
Enviar um comentário