Eugénio
de Andrade (1923-2005) nasceu em Póvoa de Atalaia,
Fundão, Portugal.
Foi galardoado com o “Prémio Camões” em 2001. Recebeu-o em Portugal, em Julho do mesmo
ano.
Destacou-se na poesia, mas abrangeu, com enorme
talento, a literatura infanto-juvenil, a tradução e a crónica.
Organizou diversas antologias temáticas de poesia
portuguesa.
Palavras
de Eugénio de Andrade:
"A
independência tem um preço, sempre o soube, e nunca me recusei a pagá-lo."
As Palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparados, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
creis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
as recolhe, assim,
creis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
Imagem: retrato do poeta no traço de Emerenciano
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