ALBERT EINSTEIN AO VIOLINO
O
encenador Bob Wilson e o compositor Philip Glass, ambos americanos, estreiam,
em 1976, no Festival de Avignon a ópera Einstein
on the beach.
Embora a representação possa considerar-se bem sucedida, não
faltam opiniões críticas que consideram que a obra nem é ópera nem é apropriada
a um teatro lírico. Certamente, ter-se-á de tomar a denominação «ópera» num
sentido muito amplo, já que na partitura é impossível encontrar qualquer dos
elementos que caracterizam este tipo de espectáculo no seu conceito
tradicional: não há árias, nem duetos, nem conjuntos.
Por ser inexistente, nem
sequer há texto; o que as vozes cantam limita-se a séries de números e notas
solfejadas. Também não existe acção propriamente dita, nem uma orquestra
convencional, mas sim um conjunto de madeiras e teclados electrónicos, tendo a
mais um violino solista que é tocado em cena por um músico ataviado como o
cientista Albert Einstein.
Com todos estes elementos, Wilson e Glass criam um
espectáculo de hipnótica beleza, com compridas cenas musicais construídas pela
repetição de um mesmo tema, submetido a variações mínimas.
in “Auditorium”
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