segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Camilo Pessanha

 



Camilo Pessanha (1867-1926) nasceu em Coimbra.
 
Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
 
Deu explicações de Português, Francês, Latim e Literatura.
 
Em 1885, escreveu o primeiro poema intitulado “Lúbrica”.
 
Colaborou nos jornais “Gazeta de Coimbra”; “A Crítica”; “Novo Tempo”; “Intermezzo” e “O Novo Tempo”.
 
Em Dezembro de 1893, foi nomeado para exercer o cargo de professor da 8ª cadeira, Filosofia Elementar, no Liceu Nacional de Macau.
 

Em 1920, foi publicado o seu único livro de poesia, “Clepsidra”.
 
Foi o poeta mais importante do Simbolismo em língua portuguesa.
 
 
Palavras de Camilo Pessanha (criticando o sistema de ensino português):

“Cá estamos, pois então? Para nos formarmos, para sermos homens.
Sim: que para sermos homens, quer dizer humanos, é preciso antes de mais nada, sequestrarem-nos do nosso meio, da nossa família, da nossa terra. (…)
(...)Sim: cretinos, todos nós.
Cretinizados pelo medo à palmatória e pelo medo ao lente.
Cretinizados por um livro abominável em que pretenderam ensinar- nos a ler, e depois pelo trabalho deprimente de decorar os compêndios à pressa, no fim do ano, para ficarmos distintos nos exames.” (…)
 


                                           Estátua
 
                      Cansei-me de tentar o teu segredo:
                      No teu olhar sem cor, de frio escalpelo,
                      O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
                      Como a onda na crista dum rochedo.
                      Segredo dessa alma e meu degredo
                      E minha obsessão! Para bebê-lo
                      Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
                      Por noites de pavor, cheio de medo.
                      E o meu ósculo ardente, alucinado,
                      Esfriou sobre o mármore correto
                      Desse entreaberto lábio gelado...
                      Desse lábio de mármore, discreto,
                      Severo como um túmulo fechado,
                      Sereno como um pélago quieto.
 
Camilo Pessanha, in “Clepsidra”.

 

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