Matsuo Bashō (1644-1694)
nasceu em Tóquio, Japão.
Aos nove anos, foi aprendiz de um
samurai que lhe incutiu o interesse pela poesia.
Viajou por todo o Japão recolhendo inspiração
nas bonitas paisagens e lugares, para escrever as suas poesias e textos em prosa.
Foi um dos primeiros grandes poetas do
novo género poético, de origem japonesa, denominado haiku.
Os poemas têm três linhas, contendo na
primeira e na última cinco caracteres japoneses, totalizando sempre cinco sílabas,
e sete caracteres na segunda linha de sete sílabas.
Aos 45 anos de idade iniciou uma longa
viagem pelo nordeste de Honshû, durante a
qual escreveu “A Estrada Estreita para o Norte Profundo”, uma colectânea dos seus
mais famosos haikus.
Algumas
das suas obras:
“Minashiguri “; “Nozarashi Kikô”; “Sumidawara”.
Palavras de Matsuo Bashō:
"Não siga as pegadas dos antigos, procure o que eles procuravam"
Primavera
Abrindo de par em par
as portas do palácio:
A PRIMAVERA
Apesar da névoa
mesmo assim é belo
o Monte Fuji
Não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho
Brisa ligeira
A sombra da glicínia
Estremece
Uma rã mergulha
no velho tanque...
O ruído da água
De que árvore em flor
não sei -
Mas que perfume
A cada sopro do vento
muda de folha
a borboleta no salgueiro
A uma papoila
deixa as asas a borboleta
como recordação
Flores de cerejeira no céu escuro
e entre elas a melancolia
quase a florir
Extingue-se o dia
mas não o canto
da cotovia
Lua cheia:
para repousar os olhos
uma nuvem de tempos a tempos
Flores queimadas pela geada
Os grãos caídos
semeiam a tristeza
Depressa se vai a primavera
Choram os pássaros e há lágrimas
nos olhos dos peixes.
Matsuo Bashô
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