Virgínia Victorino (1895-1967) nasceu em Alcobaça.
Foi poetisa, professora, dramaturga e tradutora.
Formou-se em Filologia Românica e frequentou o Conservatório Nacional de Música.
Em 1917, estreou-se, literariamente, com o soneto “Incerteza”.
Na ex-Emissora Nacional, foi responsável pelo pelouro de Teatro Radiofónico.
Colaborou em diversos jornais e revistas portugueses e brasileiros.
Escreveu três livros de poesia e seis peças de teatro.
Foi agraciada com o grau de “Oficial da Ordem de Cristo", com a “Comenda da Ordem de Sant´Iago"”, com a “Cruz de Afonso XII”, de Espanha.
Palavras de Virgínia
Victorino: “Sei onde vou e a parte que me
cabe! E há tanta, tanta gente que nem sabe o que lhe falta para ser feliz!”
Amor
O amor! O amor! Ninguém o definiu.
É sempre o mesmo. Acaba onde começa.
Quem mais o sente menos o confessa,
e quem melhor o diz nunca o sentiu.
Conhece a todos mas ninguém o viu.
Se o procuramos, foge-nos depressa.
Se o desprezamos, todo se interessa,
só está presente quando já fugiu.
É homem feito sendo criança.
E quanto mais se quer menos se alcança,
ninguém o encontra, e em toda parte mora.
Mata a quem dele vive. É sempre assim.
Só principia quando chega o fim,
morreu há muito e nasce a cada hora.
Virgínia Victorino, in “Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou”.
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