Manuela Porto
(1908-1950) nasceu em Lisboa.
Escritora, declamadora
de poesia, actriz, crítica de teatro e de literatura, encenadora, tradutora, foi uma mulher
extraordinária de talento e inovação, em todas as actividades que exerceu.
Em 1933, terminou o Curso de Arte de Representar,
no Conservatório Nacional de Lisboa. Fez parte do elenco da Companhia Amélia Rey Colaço-Robles
Monteiro.
Anos depois decidiu organizar recitais de
declamação, que foram relevantes na divulgação dos nossos poetas. Foi considerada
a “recriadora dos poetas”.
Colaborou na “Seara Nova”, “Mundo Literário”,
“Vértice”, entre outras publicações.
Proferiu diversas conferências, com destaque para uma
de grande interesse, denominada “ Teatro dell´Arte Fonte de Inspiração à Reteatralização
do Teatro”.
Algumas das suas obras: “Um Filho Mais e Outras
Histórias”; “Virgínia Woal e o Problema da Mulher”; “Doze Histórias sem
Sentido”.
Fernando
Lopes Graça, maestro e músico, dedicou-lhe, postumamente, a composição de
piano: “Pranto à Memória de Manuela Porto”.
Excerto do livro "Doze Histórias sem Sentido"
“Muitas e muitas emoções, alegrias e dores, de
que me ocupo nalgumas das minhas histórias, escritas muitas delas há anos, já
me parecem hoje frívolas, imponderáveis, indignas de que a elas se ligue grande
atenção, num mundo em que tanto se sofre por grandes, autênticos motivos, num
mundo que cai em escombros, para além dos quais, no entanto – já adivinhamos –
um outro universo há-de despontar, permitindo que a vida se torne qualquer
coisa digna de se viver.”
Manuela Porto, in “Doze Histórias sem Sentido”.
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