Henriqueta Lisboa (1901-1985) nasceu
em Lambari, no Estado de Minas Gerais, Brasil.
Foi
escritora, professora, poetisa e tradutora.
Regeu
cursos de Literatura Hispano-Americana, na Universidade Católica de Minas e de
Literatura Universal, na Escola de Biblioteconomia de Belo Horizonte.
Obteve o primeiro prémio da
Academia Brasileira de Letras, em 1930, com o livro de poemas “Enternecimento”.
Em 1970, publicou “Cante de
Dante”, que mereceu o prémio “Presença de Itália no Brasil”, instituído pelo
Círculo Italiano.
Henriqueta Lisboa foi a primeira mulher eleita
membro da Academia Mineira de Letras.
Palavras de Henriqueta Lisboa: “Força é reconhecer:
nenhum poeta sobrevive se se distancia do tempo em que vive. O que se alienar
trairá seu coração e sua consciência. Mesmo sem alusão direta a circunstâncias,
o poeta se acusa como ser comunitário.”
Os Lírios
irei de cabelos soltos
ver como crescem os lírios.
Quero saber como crescem
simples e belos - perfeitos! -
ao abandono dos campos.
Antes que o sol apareça
neblina rompe neblina
com vestes brancas, irei.
Irei no maior sigilo
para que ninguém perceba
contendo a respiração.
Sobre a terra muito fria
dobrando meus frios joelhos
farei perguntas à terra.
Depois de ouvir-lhe o segredo
deitada por entre os lírios
adormecerei tranquila.
Henriqueta
Lisboa, in “A Face Lívida”
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