Stéphane Mallarmé (1842-1898) nasceu
em Paris, França.
Foi poeta, professor de inglês, tradutor e crítico literário.
Foi poeta, professor de inglês, tradutor e crítico literário.
Os seus primeiros poemas foram publicados em
1862.
Para além de poeta, Mallarmé foi um teórico da
poesia, um dos simbolistas mais influentes que constituíam a vanguarda
literária do movimento.
O
poema “
L'après-midi d´un faune”, é
considerado como um dos melhores poemas simbolistas da literatura francesa.
Palavras de
Stéphane Mallarmé: “Um
poema é um mistério cuja chave deve ser procurada pelo leitor.”
Brisa Marinha
A carne é triste e eu, aí! Já li todos os livros.
Fugir! Fugir p’ra longe. Oiço as aves aos gritos
Ébrias na espuma ignota e sob o céu, em bando!
Nada, nem vãos jardins nos olhos se espelhando
Retém meu coração que se embebe de mar,
Oh noite! Nem a luz da candeia a alumiar
O deserto papel que a brancura defende;
Nem mesmo jovem mãe que seu filho amamente.
Hei-de partir! Vapor em marítimas crises,
Iça o ferro e faz rumo a exóticos países.
Fugir! Fugir p’ra longe. Oiço as aves aos gritos
Ébrias na espuma ignota e sob o céu, em bando!
Nada, nem vãos jardins nos olhos se espelhando
Retém meu coração que se embebe de mar,
Oh noite! Nem a luz da candeia a alumiar
O deserto papel que a brancura defende;
Nem mesmo jovem mãe que seu filho amamente.
Hei-de partir! Vapor em marítimas crises,
Iça o ferro e faz rumo a exóticos países.
Um tédio triste, em cruel e inútil esperar,
Crê no supremo adeus dos lenços a acenar.
Que os mastros, porventura, atraindo presságios,
São os mesmos que um vento inclina nos naufrágios.
Soltos no mar, no mar, sem ilhas nem esteiros.
Mas ouve, coração, cantar os marinheiros.
Crê no supremo adeus dos lenços a acenar.
Que os mastros, porventura, atraindo presságios,
São os mesmos que um vento inclina nos naufrágios.
Soltos no mar, no mar, sem ilhas nem esteiros.
Mas ouve, coração, cantar os marinheiros.
Stéphane Mallarmé
Tradução: Herculano
de Carvalho
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