Tomaz de Figueiredo (1902-1970) nasceu em Braga, Portugal.
Escritor, poeta, ensaísta, cronista, tradutor e crítico literário, é considerado um dos melhores romancistas da sua geração.
Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa.
Em 1956, publicou o seu primeiro livro de poesia, intitulado “Guitarra – Treze Romances em Verso”.
Outras obras: “A Toca do Lobo”; “Procissão dos Defuntos”; “Conversa com o Silêncio”; “Nó Cego”; “Vida de Cão”; “A Outra Cidade”.
Postumamente, foram publicados “Dicionário Falado” e o 3º volume de “Monólogo em Elsenor – Túnica de Nesso”.
Foi um intransigente defensor da Língua Portuguesa.
Recebeu os seguintes galardões: “Prémio Eça de Queirós”; “Prémio Diário de Notícias”; “Prémio Nacional de Novelística”.
Palavras de Tomaz de Figueiredo:
“Considero-me e quero-me de Arcos de Valdevez, para onde fui de poucos meses, terra minha pela memória e pelo amor.”
Casa de Casares
pela vila dos Arcos, pela Casa
de Casares, onde a minha infância dorme,
onde esperei, feliz, envelhecer,
escrevendo mais livros, sempre livros,
onde cuidei morrer e, como Goethe,
pedindo luz e luz, sempre mais luz,
de janelas rasgadas sobre o Vez,
sobre a fonte que jorra da carranca,
sobre as minhas amadas laranjeiras.
Fausto, morro de amor pelos meus livros,
pelos romances que pensei, fugidos,
perdidos e sumidos, pois já não
bolem as suas almas em meu clima
de desespero, ao qual só é possível
deixar que espumem versos em cascata
e a esmo, de espontânea geração,
milagrosos, de insólito fenómeno.
Tomaz de Figueiredo, in: “Viagens no meu Reino”
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