Marguerite Duras (1914-1996) nasceu
em Saigão, Indochina (agora Vietname), onde os seus pais eram professores.
Em
1931, viajou até Paris. Estudou na Sorbonne, onde se licenciou em Direito e
Ciência Política.
Foi
escritora, romancista, dramaturga e cineasta.
O tema central de seu trabalho é
a revolta contra a mediocridade
opressora da rebelião social, a loucura e,
acima de tudo, o amor.
Em
1943, publicou o seu primeiro romance, “Les
Impudents” e, em 1967, realizou o primeiro filme, “La Musica”.
Algumas das suas obras literárias: “Uma Barragem Contra o Pacífico”;
“O Marinheiro de Gibraltar” ; “O Jardim”; “A Dor”.
Em
1959, escreveu o argumento do filme “Hiroshima
Meu Amor” realizado por Alain Resnais.
Em 1984, editou o romance “O Amante”, baseado na
sua juventude, vivida na Indochina, que lhe garantiu o mais prestigiado galardão
literário francês, o “Prémio Goncourt”.
Palavras de Marguerite
Duras:
“Muito
cedo foi tarde demais em minha vida.”
Ontem
à noite, depois da sua partida definitiva, fui para aquela sala do rés-do-chão que
dá para o parque, fui para ali onde fico sempre no mês de junho, esse mês que
inaugura o Inverno.
Tinha varrido a casa, tinha limpo tudo como se fosse antes do meu funeral.
Estava tudo depurado de vida, isento, vazio de sinais, e depois disse para comigo: vou começar a escrever para me curar da mentira de um amor que acaba.
Tinha lavado as minhas coisas, quatro coisas, estava tudo limpo, o meu corpo, o meu cabelo, a minha roupa, e também aquilo que encerrava o todo, o corpo e a roupa, estes quartos, esta casa, este parque.
E depois comecei a escrever...
Tinha varrido a casa, tinha limpo tudo como se fosse antes do meu funeral.
Estava tudo depurado de vida, isento, vazio de sinais, e depois disse para comigo: vou começar a escrever para me curar da mentira de um amor que acaba.
Tinha lavado as minhas coisas, quatro coisas, estava tudo limpo, o meu corpo, o meu cabelo, a minha roupa, e também aquilo que encerrava o todo, o corpo e a roupa, estes quartos, esta casa, este parque.
E depois comecei a escrever...
Marguerite
Duras, in “O Homem Sentado No Corredor / O Homem Atlântico”.
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