quinta-feira, 21 de maio de 2015

ALEXANDRE O’NEILL - Há Palavras que Nos Beijam

 
 
 
 
 
 
 

Alexandre O’Neill (Lisboa, Portugal, 1924 – 1986).

Poeta, publicitário, tradutor, cronista e assessor literário foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa.

A sua obra enaltece, na poesia portuguesa, a liberdade, a democracia e a luta contra todo o tipo de opressões.

Alguns dos seus livros: Tempo de Fantasmas, No Reino da Dinamarca, Poemas com Endereço, Poesias Completas, As Andorinhas não Têm Restaurante.

 

 

Palavras de Alexandre O’Neill:

“O dever do Homem perante a vida consiste em seguir sempre em frente.”
 
 
 
Há Palavras que Nos Beijam
 
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte
                  
 
Alexandre O’Neill

 
 
 
 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

MALMEQUER

MALMEQUER Português, ó malmequer Em que terra foste semeado? Português, ó malmequer Cada vez andas mais desfolhado Ma...