Francisco Quevedo, (Madrid, Espanha,
1580 – Vilanova de los Infantes, Espanha,
1645).
Foi autor de tratados políticos,
de romances picarescos e de escritos satíricos. Traduziu Epicteto e Séneca.
Foi mestre do conceptismo, uma
vertente literária do estilo barroco surgida em Espanha em meados do século
XVII.
Palavras
de Francisco Quevedo:
“As
palavras são como moedas: uma pode valer por muitas, e muitas não valer por
uma.”
Desenganado
da Aparência Exterior
Vês
tu este gigante corpulento
que solene e soberbo se reclina?
Pois por dentro é farrapos e faxina,
e é um carregador seu fundamento.
Com sua alma vive e é movimento,
e onde ele quer sua grandeza inclina;
mas quem seu modo rígido examina
despreza tal figura e ornamento.
São assim as grandezas aparentes
da presunção vazia dos tiranos:
fantásticas escórias eminentes.
Vês que, em púrpura ardendo, são humanos?
As mãos com pedrarias são diferentes?
Pois dentro nojo são, terra e gusanos.
que solene e soberbo se reclina?
Pois por dentro é farrapos e faxina,
e é um carregador seu fundamento.
Com sua alma vive e é movimento,
e onde ele quer sua grandeza inclina;
mas quem seu modo rígido examina
despreza tal figura e ornamento.
São assim as grandezas aparentes
da presunção vazia dos tiranos:
fantásticas escórias eminentes.
Vês que, em púrpura ardendo, são humanos?
As mãos com pedrarias são diferentes?
Pois dentro nojo são, terra e gusanos.
Francisco Quevedo,
in “Antologia Poética”.
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