Foi
poeta, jornalista e autor de literatura infantil.
A
partir dos anos sessenta produziu a parte mais brilhante da sua obra, com
grandes publicações como Concerto na
Ilha, Cometa Halley, A Fundição de Sinos e Ser Poeta.
Em
1966 foi nomeado “Poeta da Nação”, tendo sido um dos primeiros escritores que
condenaram a invasão soviética da Checoslováquia.
Foi
galardoado, em 1984, com o “Prémio Nobel de Literatura”.
O
Comité decidiu a atribuição do prémio “pela
poesia plena de frescura, sensualidade e criatividade, que transmite um
espírito indomável e um sentimento profundo de estima pelo seu país e pelo seu
povo”.
Palavras
de Jaroslav
Seifert:
“Toda a minha vida fui fiel ao amor.”
Pequena
Canção da Noite
As gatas irrompem das águas-furtadas
e tornam-se verdes na noite.
Eu procurava em vão uma palavra nova
para isso a que os outros chamam sonho.
Para esta quimera, coisa ou instante,
que ultrapassa os limites da tua realidade
e depois - para te submeter ao seu próprio império -
não chega quase a ter corpo.
e tornam-se verdes na noite.
Eu procurava em vão uma palavra nova
para isso a que os outros chamam sonho.
Para esta quimera, coisa ou instante,
que ultrapassa os limites da tua realidade
e depois - para te submeter ao seu próprio império -
não chega quase a ter corpo.
Para isso que é um simples murmúrio
e se dilacera a cada choque,
assim como um pão de gaze ligeiro
que, rente à tua fronte, flutua no ar.
Isso que, com o sangue, chega ao rosto
e faz sonhar as jovens raparigas
logo que, confessando-se à almofada,
se escondem sob os cobertores.
Para isso que surge assim que as tuas mãos
cobrem os teus olhos; isso que quase
a tua orelha não ouve, quando há um suspiro -
muito baixo - num recolhimento solitário.
Para esses olhos e esse olhar, enfim,
com os quais uma senhora me deslumbrou.
E com os quais, desde então, eu sonho ainda,
balbuciando versos comovidos.
e se dilacera a cada choque,
assim como um pão de gaze ligeiro
que, rente à tua fronte, flutua no ar.
Isso que, com o sangue, chega ao rosto
e faz sonhar as jovens raparigas
logo que, confessando-se à almofada,
se escondem sob os cobertores.
Para isso que surge assim que as tuas mãos
cobrem os teus olhos; isso que quase
a tua orelha não ouve, quando há um suspiro -
muito baixo - num recolhimento solitário.
Para esses olhos e esse olhar, enfim,
com os quais uma senhora me deslumbrou.
E com os quais, desde então, eu sonho ainda,
balbuciando versos comovidos.
Velar
sem prazo, pela dor;
Nada me
impedirá de dormir mal.
A
cidade? Dorme. Lá em baixo, o dique
Purifica o ouro pálido das estrelas.
Jaroslav Seifert
Grande poeta!
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