Reynaldo Valinho Alvarez nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1931.
É poeta, contista, romancista, ensaísta, novelista e
jornalista.
Participou em mais de
30 obras coletivas, nos gêneros: poesia, ensaio e ficção.
Entre os diversos prémios que recebeu, destacam-se:
“Prémio da Fundação Biblioteca Nacional”; “Premio Jabuti 1998 de Poesia da
Câmara Brasileira do Livro” e o “Prémio Brasília de Poesia”.
Palavras de Reynaldo
Valinho Alvarez:
“Para fazer
poesia no padrão culto, é necessário ler os grandes poetas e estudar não só as
regras da poética mas também as normas do idioma em que se escreve e ainda
muito mais, ao longo da vida. Tudo depende do tipo de poesia que se deseja
escrever e do nível de exigência requerido.”
A
Coragem no Gesto de Viver
O
solitário gesto de viver
não demanda a coragem que há na faca,
na ponta do punhal e até no grito
de quem fala mais alto e está coberto
de razões, de certezas, de verdades.
não demanda a coragem que há na faca,
na ponta do punhal e até no grito
de quem fala mais alto e está coberto
de razões, de certezas, de verdades.
O
gesto de viver se oculta em dobras
tão íntimas do ser, que o desfazê-las
é mais que indelicado, é violência
que nem sequer se pode conceber.
O gesto de viver é só coragem,
tão íntimas do ser, que o desfazê-las
é mais que indelicado, é violência
que nem sequer se pode conceber.
O gesto de viver é só coragem,
mas,
de tal forma próprio e incomparável,
que não se exprime em verbo, imagem, mímica
ou qualquer outra forma conhecida
de contar, definir ou explicar.
A coragem no gesto de viver
está em coisas simples, por exemplo,
que não se exprime em verbo, imagem, mímica
ou qualquer outra forma conhecida
de contar, definir ou explicar.
A coragem no gesto de viver
está em coisas simples, por exemplo,
na diária decisão de levantar.
E mais, em se vestir e trabalhar
por entre espadas, punhos e navalhas,
peito aberto, sem armas, passo firme,
e à noite, ainda intacto, regressar.
E mais, em se vestir e trabalhar
por entre espadas, punhos e navalhas,
peito aberto, sem armas, passo firme,
e à noite, ainda intacto, regressar.
Reynaldo Valinho Alvarez, in “O Solitário Gesto de Viver”.
Sem comentários:
Enviar um comentário