sábado, 2 de maio de 2015

JUANA DE IBARBOUROU - Silêncio

 
 
 
 
 
 
 
 
 Juana de Ibarbourou (Melo, Uruguai, 1892 – Montevidéu, Uruguai, 1979).

Iniciou a carreira literária no jornal “La Razón”, publicando os seus primeiros poemas caracterizados por um profundo lirismo. Depois, evoluiu para o misticismo.

Algumas das suas obras: As Línguas de Diamante, Raiz Selvagem, A Rosa-dos-Ventos, Melhores Poemas, Elegia, Oiro e Tormenta.

Foi Presidente da Academia de Letras.
Recebeu, entre outros, o “Grande Prémio da Cultura Hispânica”.

 

 
Palavras de Juana de Ibarbourou:

“Não há lágrimas que resgatem o mundo que se perde ou o sonho que desvanece.”
 
            
                 Silêncio
 
Minha casa tão longe do mar.
Minha vida tão lenta e cansada.
Quem me dera deter-me a sonhar!
Uma noite de lua na praia!
Morder musgos avermelhados e ácidos
E ter por fresquíssimo travesseiro
Um montão dessas curvas pedras
Que há polido o sal das águas.
Dar o corpo aos ventos sem nome
Abaixo o arco do céu profundo
E ser toda uma noite, silêncio,
No vazio ruidoso do mundo.
 
Juana de Ibarbourou
Tradução: Hector Zanetti
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

 
 

 

1 comentário:

  1. Belissimo...que maravilha .
    Adorei e não conhecia...
    ~Maria

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