Boris Vian (Ville-d´Avray,
França, 1920 – Paris, França, 1959).
Foi poeta, romancista, dramaturgo, cronista,
tradutor, declamador, músico, crítico de jazz, cantor, actor, engenheiro
mecânico e inventor.
Fascinado pelas actividades intelectuais dos surrealistas
manteve, desde muito novo, interesse pela “cultura do absurdo” ao longo da sua
vida.
Deixou uma marca indelével na vida cultural e artística francesa.
Os seus romances são, hoje, clássicos da literatura francesa.
A música avant-garde, a
modernidade do seu trabalho e a sua rebeldia tornaram-no um ídolo para a nova
geração de franceses.
O livro Não queria
partir, é a obra poética mais bem elaborada. São poemas onde a morte se entranha
profundamente, mas o poeta usa-a com humor, a sua melhor arma.
Palavras
de Boris Vian:
“O que conta não é a felicidade de toda a gente,
mas a felicidade de cada um.”
Há sol na rua
Há sol na rua
Gosto do sol mas não gosto da rua
Então fico em casa
À espera que o mundo venha
Com as suas torres douradas
E as suas cascatas brancas
Com suas vozes de lágrimas
E as canções das pessoas que são alegres
Ou são pagas para cantar
E à noite chega um momento
Em que a rua se transforma noutra coisa
E desaparece sob a plumagem
Da noite cheia de talvez
E dos sonhos dos que estão mortos
Então saio para a rua
Ela estende-se até à madrugada
Um fumo espraia-se muito perto
E eu ando no meio da água seca .
Da água áspera da noite fresca
O sol voltará em breve
Boris Vian
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