sexta-feira, 9 de outubro de 2015

MAYA ANGELOU - Ainda assim eu me levanto

 
 
 
 
 
 
Maya Angelou (St. Louis, Missouri, EUA, 1928 – Winston-Salem, Carolina do Norte, EUA, 2014).
 
Poetisa, escritora, memorialista, historiadora, professora, actriz, cantora e dançarina foi uma figura importante no Movimento pelos Direitos Civis na América.

Em 1905, foi membro de “Harlem Writers Guild”.
Escreveu seis autobiografias. A primeira, I Know Why the Caged Bird Sings, foi publicada em 1969.

Em 2011, Barack Obama concedeu-lhe a “Medalha Presidencial da Liberdade”, a maior honra civil da nação.

 

 Palavras de Maya Angelou:

O preconceito é um fardo que confunde o passado, ameaça o futuro e torna o presente inacessível.”

 
 
Ainda assim eu me levanto

 

Você pode me inscrever na História
Com as mentiras amargas que contar,
Você pode me arrastar no pó
Mas ainda assim, como o pó, eu vou me levantar.

 
Minha elegância o perturba?
Por que você afunda no pesar?
Porque eu ando como se eu tivesse poços de petróleo
Jorrando em minha sala de estar.

 
Assim como lua e o sol,
Com a certeza das ondas do mar
Como se ergue a esperança
Ainda assim, vou me levantar

 
Você queria me ver abatida?
Cabeça baixa, olhar caído?
Ombros curvados com lágrimas
Com a alma a gritar enfraquecida?

 
Minha altivez o ofende?
Não leve isso tão a mal,
Porque eu rio como se eu tivesse
Minas de ouro no meu quintal.

 
Você pode me fuzilar com suas palavras,
E me cortar com o seu olhar
Você pode me matar com o seu ódio,
Mas assim, como o ar, eu vou me levantar

 
A minha sensualidade o aborrece?
E você, surpreso, se admira,
Ao me ver dançar como se tivesse,
Diamantes na altura da virilha?

 
Das chochas dessa História escandalosa
Eu me levanto
Acima de um passado que está enraizado na dor
Eu me levanto
Eu sou um oceano negro, vasto e irrequieto,
Indo e vindo contra as marés, eu me levanto.
Deixando para trás noites de terror e medo
Eu me levanto
Em uma madrugada que é maravilhosamente clara
Eu me levanto
Trazendo os dons que meus ancestrais deram,
Eu sou o sonho e as esperanças dos escravos.
Eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto!

 
Maya Angelou
Imagem: pintura de Frank Forward (Reino Unido, 1904 -1978).

 

 
 

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