Loucura - O que
é, afinal?
António Lobo Antunes:
“A loucura é qualquer coisa que
existe em todos nós, é mais um receio que uma realidade. No fundo, o que é
enlouquecer? É sair de uma determinada norma, não é? É preciso muita coragem
para se ser realmente louco.”
Friedrich Nietzsche:
“Nos indivíduos, a loucura é algo
raro - mas nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas, é regra.”
Ana Hatherly:
“A ideia de que o mundo é o
reino da loucura é uma convicção muito arreigada. O louco, como “out-sider”,
marginal supremo, é útil e portanto necessário. As qualidades do outro fazem
parte da lista dos crimes essenciais.”
Edgar
Poe:
“A ciência não averiguou ainda
se a loucura é ou não a mais sublime das inteligências.”
Florbela
Espanca:
“Afinal, quem é que tem a
pretensão de não ser louca?... Loucos somos todos, e livre-me Deus dos
verdadeiros ajuizados, que esses são piores que o diabo!”
Anatole France:
“As grandes obras deste mundo
foram sempre realizadas por loucos.”
Erasmo:
“Refugio-me na loucura porque não me
resta o chamado meio-termo do estado de coisas comum. Quero ver coisas novas –
e isso eu só conseguirei se não tiver mais medo da loucura.”
Vergílio Ferreira:
“Amanhã é dos loucos de hoje,
diz Pessoa. E dos loucos de amanhã? Se é depois de amanhã, os tipos com juízo
nunca mais têm uma oportunidade. E serão loucos sem amanhã nenhum.”
Fernando Pessoa:
“A loucura, longe de ser uma
anomalia, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser
grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela e ela ser grande, é ser
louco. Ter consciência dela e ela ser pequena é ser desiludido. Ter consciência
dela e ela ser grande é ser génio.”
Jean Cocteau:
“O
limite extremo da sensatez é o que o público baptiza de loucura.”
Franz
Kafka:
“O medo da loucura. Ver a loucura em
todas as emoções que se esforçam sempre para a frente e que nos fazem esquecer
de tudo o resto. Que é, então, a não loucura? A não loucura é ficar parado, de
pé, como um mendigo à soleira da porta, ficar ao lado da entrada, apodrecer e
cair.”
Imagem: pintura de Vincent Van Gogh (Países
Baixos, 1853 – França, 1890).
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