Maria Severa Onofriana (Lisboa, Portugal, 1820-1846)
Celebrizou-se como "Severa", tornada o ícone
de primeira fadista pelos seus amores e pelos fados que cantava, tocava e
dançava, no bairro da Mouraria. (…)
A popularidade de Severa
resultou em larga parte da sua relação amorosa com o Conde de Vimioso, D.
Francisco de Paula Portugal e Castro, que lhe proporcionou grande celebridade e
naturalmente permitiu a Severa um maior prestígio e número de oportunidades
para se exibir para um público de jovens oriundos da elite social e intelectual
portuguesa. (…)
Prolonga-se até hoje a aura de
mistério que torna Severa na figura mais mitológica do universo fadista, fruto
da ausência de detalhes sobre a sua vida, bem como da inexistência de um
retrato que comprovadamente possa perpetuar a sua figura. (…)
Em 1901 Júlio Dantas escreve o
romance "A Severa”. (…)
Do mesmo autor é a peça que
estreia a 25 de Janeiro de 1901, no Teatro D. Amélia (futuro Teatro São Luiz),
com Ângela Pinto a protagonizar a cantadeira Severa. De tal forma esta peça se
tornou um êxito que foi adaptada a opereta por André Brun, com o mesmo título,
em 1909. Neste espectáculo a protagonista foi Júlia Mendes. (…)
A obra de Júlio Dantas será
ainda adaptada ao cinema pela mão de Leitão de Barros que realiza, em 1931, o
primeiro filme sonoro português, também intitulado "A Severa". O
filme estreou no São Luiz, num ambiente de acontecimento nacional, a 18 de
Junho de 1931 e esteve mais de 6 meses em cartaz, sendo visto por 200 mil
espectadores.
Fonte: Museu do Fado
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A actriz Dina Teresa, que protagonizou o filme, cantou o fado de grande
sucesso com letra de Júlio Dantas e música de Frederico de Brito:
Ó Rua do Capelão
Ó Rua do Capelão
Juncada
de rosmaninho,
Se o meu amor vier cedinho
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho.
Há um degrau no meu leito,
Que é feito p´ra ti somente.
Meu amor, sobe-o com jeito…
Se o meu coração te sente
Fica-me aos saltos no peito.
Tenho o destino marcado
Desde a hora em que te vi,
Ó meu cigano adorado :
Viver abraçada ao fado,
Morrer abraçada a ti!
Se o meu amor vier cedinho
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho.
Há um degrau no meu leito,
Que é feito p´ra ti somente.
Meu amor, sobe-o com jeito…
Se o meu coração te sente
Fica-me aos saltos no peito.
Tenho o destino marcado
Desde a hora em que te vi,
Ó meu cigano adorado :
Viver abraçada ao fado,
Morrer abraçada a ti!
Imagem: Cartaz do filme “A Severa”
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