quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

SALVATORE QUASIMODO – Sem memória de morte

 
 
 
 
 

Salvatore Quasimodo (Modica, Itália, 1901 – Nápoles, Itália, 1968).

Quando terminou os estudos básicos em Modica, mudou-se para Roma onde estudou grego e latim.

Foi nomeado professor de Literatura Italiana no Conservatório de música “Giuseppe Verdi”.

Publicou, em 1930, o seu primeiro livro de poemas: Acque e Terre.

Foi um dos representantes da escola hermetista.

Traduziu peças de dramaturgos trágicos gregos, William Shakespeare, EE Cummings, Pablo Neruda, Molière, entre outros.

Recebeu, em 1959, o “Prémio Nobel de Literatura”.

 

 
Palavras de Salvatore Quasimodo:

“A poesia é a revelação de um sentimento, que o poeta acredita que é pessoal e interior e que o leitor reconhece como verdadeiro.”




Sem memória de morte

 

A primavera desperta árvores e rios;
a voz profunda não ouço,
em ti perdido, amada.

 
Sem memória de morte,
unidos na carne,
as trombetas do último dia
nos despertam adolescentes.

 
Ninguém nos ouve:
o leve respirar do sangue!

 
Feita ramo
floresce em teu flanco
a minha mão.

 
De plantas pedras águas
nascem os animais
ao sopro do ar.

 

Salvatore Quasimodo, in “Poesias”
Tradução: Geraldo Holanda Cavalcanti
Imagem: pintura de Odilon Redon (França, 1840-1916).

 

 
  


Sem comentários:

Enviar um comentário

MALMEQUER

MALMEQUER Português, ó malmequer Em que terra foste semeado? Português, ó malmequer Cada vez andas mais desfolhado Ma...